sábado, 6 de dezembro de 2014

Prevenção da diarreia

Como dito nas postagens anteriores, a etiologia da diarreia aguda pode estar relacionada com agentes infecciosos como vírus, bactérias e parasitas, ou agentes não infecciosos, como intolerância a dissacarídeos, proteínas, uso de drogas e outras condições que menos frequentemente podem iniciar a apresentação do quadro com uma diarreia. Alguns fatores podem determinar o prolongamento do quadro diarreico, salientando-se o tratamento inadequado durante o episódio agudo, a dieta incorreta, a intolerância aos carboidratos e proteínas, desmame precoce, baixa idade, desnutrição, episódios diarreicos anteriores, ambiente contaminado, hospitalização, supercrescimento bacteriano, tipo e virulência do agente infeccioso , deficiência de vitamina A, imunidade celular comprometida, uso de antibióticos e antiparasitários na fase aguda da diarreia e deficiência de micronutrientes

Diante destes múltiplos aspectos envolvidos na diarreia aguda, percebe-se que um grande e complexo número de ações, em diversos setores, seriam necessárias para fazer declinar os seus índices de ocorrência. No que tange a infraestrutura, temos: a melhoria da qualidade da água, o destino adequado de lixo e dejetos, melhoria das condições de habitação, com instalação sanitária e esgoto. É um absurdo que o Brasil, que se quer incluircomo uma sociedade em desenvolvimento, partícipe das grandes decisões mundiais, ainda apresente um índice de quase 40% de internações hospitalares por diarreias, uma doença claramente relacionada ao saneamento ambiental inadequado.


A disponibilidade de água de boa qualidade e em quantidade suficiente nos domicílios é uma das medidas com maior eficácia. A água pode ser facilmente contaminada pelos micróbios causadores das diarreias. Por isso as fontes e reservatórios de água devem ser protegidos, evitando-se o seu contato com fezes. Nas Estações de Tratamento de Água (ETA) a água que é oferecida à população, recebe um tratamento especial com produtos químicos que destroem os micróbios causadores das diarreias. Mas nem todas as comunidades recebem água tratada, abastecendo-se em barreiros, cisternas, açudes, poços, etc. Também algumas comunidades recebem água encanada, mas não de forma continuada, obrigando as pessoas a armazenarem água no domicílio, nem sempre de forma adequada. Isto contribui para que a água que chega com boa qualidade seja posteriormente contaminada.¹
Como essas medidas, devido à burocracia e aos custos, apesar da necessidade, não conseguem ter uma implementação imediata, é necessário que haja outras mais especificas e menos onerosas que tragam melhorias as vidas dos brasileiros. O acesso à reidratação oral deve ser aumentado, assim como os programas de incentivo à amamentação e os programas de educação, para diminuir a ocorrência das doenças diarreicas, entre elas a cólera, cuja transmissão é semelhante a maioria das infecções entéricas. Deve-se implementar nos serviços de saúde, programas escritos voltados especificamente para as doenças diarreicas e, sobretudo nas escolas médicas e nas outras escolas que lidam com outros profissionais de saúde, devendo-se estimular a transmissão dos conhecimentos relacionados à diarreia, sua terapêutica e prevenção. Nos Serviços de Pronto Atendimento, o pediatra deve sempre educar os pais ao atender uma criança com diarreia.

Cuidados individuais simples como lavar as mãos antes de preparar alimentos ou comer, ferver a água não tratada, caso precise bebê-la, lavar os alimentos com água fervida ou filtrada, consumir somente alimentos de procedência conhecida, evitar consumir refrigerantes ou outras bebidas direto da lata ou garrafa também ajudam a prevenir a diarreia.




Referência:
http://noticias.r7.com/saude/noticias/aprenda-como-evitar-e-curar-a-diarreia-20100120.html (acesso em 06/12/2014)
http://www.qualicorp.com.br/qualicorp/ecp/comunidade.do?app=portalsaude&idNoticia=20560&view=interna (acesso em 06/12/2014)